Com a distância de alguns dias que nos faz refletir sobre a ausência e a separação e nos aquieta a perplexidade e a descrença, lembramos hoje, aqui, o Eduardo.
Quando o Eduardo entrava, a sala ficava cheia. Quando o Eduardo falava, desconcertava o silêncio, onde quer que fosse, arrebatava sorrisos não raras vezes.
O Eduardo tinha sempre uma história para contar. Uma opinião. Uma peripécia aqui ou ali, com este ou aquele. Das recordações de África, da mocidade na Freixeda, de uma feira de vinhos algures pelo país. Porque o Eduardo conhecia muita gente e todos o conheciam a ele.
Mas as conversas irremediavelmente iam dar ao mais importante: os Filhos. A Filipa, o Eduardo e o João eram tudo e neles quase se podia resumir a história do próprio. Também nós sabíamos um bocadinho sobre eles e sobre o que movia o Eduardo diariamente.
Porém, o Eduardo também gostava de ouvir. Mesmo naquele seu ritmo frenético, preocupava-se sempre em perguntar, em oferecer a ajuda que podia.
O tempo agora parece não ter tanta pressa. Não fala nem graceja já. Não conta histórias, não corteja, nem critica. Ficou um vazio que só o Eduardo sabia ocupar.
Os teus amigos e colegas da adega, que conviveram e trabalharam contigo, prestam-te esta homenagem…
Descansa agora em paz, Eduardo.